Sangue de Bairro
Outro dia estava pensando sobre a bombástica influência de uma cultura regional que tenha riqueza (ou valor para seus moradores) sobre a sua própria música. Essa influência gera na maioria das vezes uma sinceridade muito grande, adicionando identidade à música, mais espírito e conteúdo às letras.
Se vc adicionar a esse elemento cultural a modernidade, pensamento aberto e afins, a fórmula pode chegar bem perto da perfeição. Tomemos como exemplo 2 Bandas: Nação Zumbi e O Rappa.
Geograficamente distantes, porém com culturas relevantes, as duas Bandas sabem usar este artifício muito bem, diga-se de passagem.
O Rappa usou o morro, a bandidagem, as contradições sociais e a malandragem carioca para mostrar um som embalado por reggae, eletrônico, samba e suingue. Já o Nação representa o mangue, a população ribeirinha, os bares e casarios de recife e as praias ao som de uma mistura incrível de maracatu, frevo, Rock, eletrônico e também muito suingue.
Sabe o motivo disso tudo soar sincero?? Os caras sempre respeitaram e “respiraram” suas culturas, desde o berço, devidamente guiados pelos Pais, Avós ou pessoas mais velhas. Não procuraram uma solução que lhes trouxesse uma musicalidade (e identidade) diferenciada do restante do país ou do Globo. Eles nasceram com isso. É como sangue nas veias. É sincero.
As tentativas de outras regiões conseguirem tal musicalidade subjugando sua própria cultura foram apenas tentativas. Nada mais. Neste caso entra o nosso querido estado Espírito Santo. Como exemplo podemos mencionar o Casaca e o Manimal. Ambas tentaram se erguer musicalmente tendo como alicerce o Congo. E naufragaram.
Não que a nossa cultura seja pior que as outras, ela apenas é infinitamente menos difundida que as de outras regiões do Brasil. Foi ridículo ver jovens procurando “rodas” de congo na Barra do Jucu logo após o sucesso do Casaca. A cultura sempre esteve ali e nunca ninguém prestigiou. Será que eles ainda freqüentam essas “rodas”? Com certeza não.
Eu mesmo participei de várias “puxadas de mastro” em Nova Almeida. E desde criança. Era uma festa alegre, que reunia muita gente acerca de uma cultura multiface composta pelo lado indígena e africano. Mas apesar de juntos dava pra sentir os extremos. Pouquíssimos dando o real valor cultural à coisa toda e a grande maioria só tava ali pra farrear mesmo. Infelizmente não fomos criados para dar valor às coisas da nossa terra. Pra ser sincero, culturalmente falando, pouquíssimas coisas são enaltecidas como realmente deveriam. Talvez a Moqueca Capixaba e o Roberto Carlos sejam as únicas coisas realmente conhecidas além do nosso quintal.
Isso não é culpa da nossa cultura. Ela pode ser inferior a outras, mas tem o seu valor. A grande culpa é nossa mesmo, de nossos Pais, Avós e imigrantes que teimaram em trazer costumes de fora sem dar valor para o que já existia aqui.
Fiz este post porque estou ouvindo muito o Nação Zumbi novo (Fome de tudo). Eles devem se sentir bastantes orgulhosos em conseguir uma identidade musical verdadeira misturando sua própria cultura com elementos de fora, modernos ou não. Acho que até as pessoas mais velhas de lá em algum momento sentem orgulho do trabalho deles.
E eu como um bom descendente de imigrantes italianos, continuo dando mais valor as culturas de fora do que as daqui... Porca Pipa!
Se vc adicionar a esse elemento cultural a modernidade, pensamento aberto e afins, a fórmula pode chegar bem perto da perfeição. Tomemos como exemplo 2 Bandas: Nação Zumbi e O Rappa.
Geograficamente distantes, porém com culturas relevantes, as duas Bandas sabem usar este artifício muito bem, diga-se de passagem.
O Rappa usou o morro, a bandidagem, as contradições sociais e a malandragem carioca para mostrar um som embalado por reggae, eletrônico, samba e suingue. Já o Nação representa o mangue, a população ribeirinha, os bares e casarios de recife e as praias ao som de uma mistura incrível de maracatu, frevo, Rock, eletrônico e também muito suingue.
Sabe o motivo disso tudo soar sincero?? Os caras sempre respeitaram e “respiraram” suas culturas, desde o berço, devidamente guiados pelos Pais, Avós ou pessoas mais velhas. Não procuraram uma solução que lhes trouxesse uma musicalidade (e identidade) diferenciada do restante do país ou do Globo. Eles nasceram com isso. É como sangue nas veias. É sincero.
As tentativas de outras regiões conseguirem tal musicalidade subjugando sua própria cultura foram apenas tentativas. Nada mais. Neste caso entra o nosso querido estado Espírito Santo. Como exemplo podemos mencionar o Casaca e o Manimal. Ambas tentaram se erguer musicalmente tendo como alicerce o Congo. E naufragaram.
Não que a nossa cultura seja pior que as outras, ela apenas é infinitamente menos difundida que as de outras regiões do Brasil. Foi ridículo ver jovens procurando “rodas” de congo na Barra do Jucu logo após o sucesso do Casaca. A cultura sempre esteve ali e nunca ninguém prestigiou. Será que eles ainda freqüentam essas “rodas”? Com certeza não.
Eu mesmo participei de várias “puxadas de mastro” em Nova Almeida. E desde criança. Era uma festa alegre, que reunia muita gente acerca de uma cultura multiface composta pelo lado indígena e africano. Mas apesar de juntos dava pra sentir os extremos. Pouquíssimos dando o real valor cultural à coisa toda e a grande maioria só tava ali pra farrear mesmo. Infelizmente não fomos criados para dar valor às coisas da nossa terra. Pra ser sincero, culturalmente falando, pouquíssimas coisas são enaltecidas como realmente deveriam. Talvez a Moqueca Capixaba e o Roberto Carlos sejam as únicas coisas realmente conhecidas além do nosso quintal.
Isso não é culpa da nossa cultura. Ela pode ser inferior a outras, mas tem o seu valor. A grande culpa é nossa mesmo, de nossos Pais, Avós e imigrantes que teimaram em trazer costumes de fora sem dar valor para o que já existia aqui.
Fiz este post porque estou ouvindo muito o Nação Zumbi novo (Fome de tudo). Eles devem se sentir bastantes orgulhosos em conseguir uma identidade musical verdadeira misturando sua própria cultura com elementos de fora, modernos ou não. Acho que até as pessoas mais velhas de lá em algum momento sentem orgulho do trabalho deles.
E eu como um bom descendente de imigrantes italianos, continuo dando mais valor as culturas de fora do que as daqui... Porca Pipa!